sábado, 5 de julho de 2008

Refugio

Adorava chegar ali, aquele sítio onde era devorada por crianças indefesas... Adorava ouvir chamarem-me com uma vozinha carinhosa, aquela voz infantil. Adorava chegar ali e ver que precisavam de mim, ou até que tiveram saudades minhas.
Era um refúgio para mim, era tão bom quando chegava as duas horas ao externato, entrava, dirigia-me para a sala dos meninos de 3 anos, os mais pequeninos de lá, e mal batia a porta e abria, via aqueles docinhos todos a levantarem-se e a gritar o meu nome.
Era tão bom saborear aquele momento, era menina outra vez no meio deles, puxavam-me as calças, a camisola, o cachecol, e até se esticavam para me puxar o colar comprido que levava enrolado no pescoço, estava cercada de meninos, meninos simples, mas tão carinhosos, e quando aquela voz me chamava, aquele que dizia que eu era a professora preferida, ai como gostava de o ouvir.
Era tão bom passar 4 horas com eles, como gostava de todos eles, simples maneiras de ser, todos diferentes, mas existe sempre algo que os distingue, já sabia os nomes de todos eles, com eles aprendi a ser menina outra vez, com eles aprendi a ser ainda mais amável, mais carinhosa, com eles senti-me uma princesa. A princesa com todos os seus amiguinhos, mas bom bom era ouvi-los dizer aos pais: "Sabes mamã/papá aquela é a minha professora nova e eu gosto muito dela".
Aquela sala era tão especial. Partiu-me o coração quando disse que amanhã não seria eu a estar com eles, e lá no fundo ouvir dois dos meus meninos dizer que não queriam mais nenhuma, partiu-me o coração, quando o rodrigo veio à minha beira e me disse que iria ter saudades minhas, partiu-me o coração. Quando o meu menino mais lindo me disse professora eu gosto muito de ti, és tão linda, não quero que vás embora. Foi tão difícil ve-los assim, mesmo sabendo que nunca mais os irei ver, foi tão díficil e diferente.

Apenas uma antiga estagiária com saudades dos meninos...

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Momentos passados

E ontem depois de tantas horas fechada no quarto tive a fazer algumas arrumações na caixinha das recordações....Lá encontrei bilhetes antigos que me trouxeram imensas saudades....Ainda por cima fez um ano e meio ontem que partiste, ontem quando todos vieram aqui senti umas saudades dos nossos momentos.
No coffe nest, num daqueles dias que estava tudo mal humorado, quando nos mandavam calar, escrevia-mos bilhetes, aqueles guardanapos que até então guardei, conversas simples, mas que trazem saudades, por onde andas, que fazes, não sei, perdemos o contato pelo meio do tempo, não sei nada sobre ti, vai fazer um ano, e falar contigo já lá vão um ano e meio, e neste tempinho não sei o que se passa contigo.
Onde anda aquela nossa amizade, será que ainda existe? Será que ainda te lembras de mim? Será que sentes saudades minhas? Perguntas que só tu poderias responder, à um ano, estive com aqueles que nos acompanhavam, e o teu melhor amigo puxou-me ao lado e pediu para que lesse o final de uma carta escrita por ti, li "hoje sinto saudades de todos, mas especialmente dela, aquela que me fazia sorrir, aquela que me ensinou o valor da amizade, sinto imensas saudades da Ângela", confesso que li umas três vezes, e que até uma lágrima caiu, as saudades aumentaram, percebi que não te esqueces-te de mim, mas hoje ao fazer uma limpeza a caixa de recordações lembrei-me ainda mais de ti, daqueles momentos de simples amizade, aqueles que nós sozinhos criamos, e lembrei-me de te chamar "pai", como se fosses mesmo o meu protetor.
Lembrei-me daquelas conversas disparatadas e até das brincadeiras estúpidas, lembrei-me daqueles momentos em que estavas zangado e me chamavas "chavala" e eu ficava furiosa, lembrei-me das nossas saídas, lembrei-me daquele dia de inverno que nos apeteceu dar um mergulho no mar, lembrei-me, hoje lembrei-me de tudo, e aquela saudade permaneceu, queria que voltasses, ou até que me escrevesses, me telefonasses, precisava de ouvir a tua voz, dos teus conselhos, precisava da tua amizade....

Simples momentos do passado que fazem hoje a diferença...Fazes parte desse meu passado, porque me ajudas-te a crescer...

 

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Disfarce

Sou a mulher da escuridão, minha alma vive no silencio e na solidão.
Nem sempre fui assim, mas um dia, a luz do amor apagou-se na minha vida, após todos os dias perfeitos em que tive luz na minha vida por existir amor, retorno ao meu abrigo, a mulher da escuridão volta aos véus da sua sombra, onde esconde as lágrimas, um coração ferido, que sangra com a despedida do amor. Mas esse coraçao ainda vive, bate e resiste, ainda, tudo é dificil mas sobrevivi.
Somente entre a sombra encontrei abrigo e refúgio. Digamos que passei a dominar a sombra invés de teme-la, sob esta sombra que me recobre, esta névoa negra tornei-me forte, aprendi e vou apendendo a controlar os meus sentimentos, sem ser controlada pela raiva, ódio e maldade. Faço deste meu manto negro, um esconderigo, o esconderigo do meu ser, minha fonte de força, a inspiração das minhas palavras, palavras que retratam parte da minha alma.
Mas não pensem que me conhecem, no palco da vida, neste pequeno esconderigo, aprendi a ser actriz, nas noites de solidao preparei a minha máscara, nunca mais alguém saberá realmente quão sombrió é o meu ser, nem quão fria é a minha face, quão desfigurada é a minha alma.
Vivo entre os que tem a vida iluminada, entre os que cantam o amor e as paixões, que um dia também cantei. Jamais alguem perceberá quanta tristeza existe em meu rosto, nunca ninguém vai sentir a verdadeira angústia na minha voz, e ninguem notará o amargo da minha alma, no meu olhar jamais irão perceber o que realmente sofro, o quanto realmente luto, o quanto realmente choro...
Teram apenas ao vosso lado uma amostra daquela que fui, hoje estou disfarçada pela única milésima de luz que ainda persiste em mim e que se sustenta com as poucas boas recordações, com lembranças que alguém me deixou, com tudo que esse alguém significa para mim, bem guardado no fundo da minha alma.
Disfarçe daquela que o passado levou e que nunca mais voltará. Sou a simples mulher que vagueia na escuridão, não me queiras conhecer, não tentes procurar o sofrimento que sinto realmente, não tentes encontrar a minha verdadeira angústia, nem a minha tristeza.
Eu continuarei sempre por aí, no meio da escuridão, a minha alma está guardada nos mistérios das sombras que envolvem todas as pessoas mesmo que ninguém perceba, eu vou continuar por aí, disfarçada.

Refugiada na minha solidão...

 

domingo, 27 de abril de 2008

Inveja

Estou severamente chateada.
Penso e penso e volto a pensar, não sei o que fiz para merecer tudo isto... Sempre fui a menina do avô e nunca ninguém se queixou, e porquê que agora só me arranjam problemas? Que raiva, que ódio... Detesto ser a menina do avô, preferia ser como todos os outros netos e netas, mas há certas pessoas que não compreendem isso. Mas o que mais me enerva é que não é os priminhos que me invejam, não são eles que me estragam a vida, mas sim aquela "puta" de tia que me apareceu....
Há certas pessoas que haviam de ter um fecho na boca, para que quando elas fossem a dizer asneiras se fechasse e que por vezes até se aleijassem...Ai como a vida era tão boa assim, não tinha de sofrer por tudo o que os outros dizem...Enerva-me saber que o meu avô chora por tudo isto, saber que ele não está bem por causa de uma tia invejosa e que não tem cabeça para pensar...
Menina do avô? sou e que? Posso até ser(sei que sou, sempre fui) mas não vou para casa dos avós chorar as minhas magoas, não vou para casa dos avós todos as semanas a queixar-me que não tenho dinheiro, para ver se me chega algum para o bolso, não...eu não sou assim, nunca fui e nao quero ser, tenho cabeça para pensar e não quero chatear os outros com os meus problemas muito menos a eles que já estão velhos e que tem muitos problemas(doenças) para terem com o que se preocupar.
Sinto-me mal, saber que o meu avô, aquele homem que me fazia ver a vida de maneira diferente, aquele que era lutador, aquele que era muito forte, pensar só na morte, querer morrer por tudo isto, diz ele que assim acabava-se as guerras...
Há familias tão complicadas, pessoas que não sabem se calar, que magoam, pessoas insuportáveis, pessoas quscas, pessoas que não têm respeito nenhum pelos outros.
Sei que tudo isto aconteceu agora, porque não conto tudo, ninguém precisa de saber nada sobre mim, ela não gostou, não gostou de me ver com o amigo "rico", não gostou de saber que eu tinha namorado, a inveja é tao grande, e tão má...Tudo isto por eu conseguir ser sempre melhor que ela e que os filhos dela, pela minha mãe saber ser mãe e ela não...
Tudo magoa, tudo aleija, tudo machuca, tudo...Palavras de raiva, ódio, tristeza, palavras...simples palavras de uma boca invejosa como nunca vi...mas hoje, agora decidi não me chatear com isto, tenho problemas mais graves para resolver, não preciso de mais este. À tia invejosa, olharei para ela como sempre olhei(mas sei que ela nunca olhara para mim), para os meus primos, os braços estaram sempre abertos para os receber, a minha boca falará quando tiver de falar...Ao tio, bem esse farei o que no momento que o vir me der na cabeça...


Farta de problemas....

quinta-feira, 13 de março de 2008

O pior dia da minha vida

Ele está a chegar, chega devagarinho e vem de mansinho...
Já o sinto, senti toda a semana que ele estava a chegar, aquele dia que me faz chorar, gritar, e ficar impossível de aturar...
Já vai fazer 5 anos qu fico assim, aquele dia, o terrível dia que me tiraram algo demasiado especial, demasiado precioso. Olho em frente, não sei se encontro o porto seguro, longe de ti, não sei ainda como consigo viver sem ti, não sei como é que a morte ainda não se apoderou de mim, como fez em ti, não é facil viver sem ti, não é facil olhar em frente e perceber que não estás ali com os braços abertos para me receber, para me ouvir.
Tudo tornou-se difícil com a tua partida, os dias passam e a saudade torturam-me, as lágrimas fazem-me cochegas quando descem do meu rosto, limpo-as com a mão, mas outras caem e fazem o lugar das outras que já limpei...O simples céu azul tornou-se negro como a noite, o mar azul que significava tanto para nós os dois ficou negro, as simples ondas que nos bateram nas costas e não nos derrubavam, derrubam agora, deitam-me ao chão vezes sem conta, cada vez que levo com elas, não tenho forças nem se quer para me levantar, a cabeça já não se ergue com tanta facilidade, o sorriso fechou-se, a quem diga que está em construção, eu acredito que ele partiu contigo, como tanta coisa que nos unia...
Sei que não gostarias de me ver assim, sei que ao certo este sofrimento não me leva a lado nenhum, mas não consigo tirá-lo de mim...não consigo...não consigo lutar contra algo que é tão forte...

Ai como tenho saudades tuas, e faltam poucas horas para fazer 5 anos, que partis-te, não sei para onde foste, não sei se estás bem protegido por anjos, ou por demónios, sei simplesmente que te sinto, a cada lágrima que choro, sei que te sinto, com a tua simples mão macia no meu ombro, serás o meu anjo?
Gostaria que fosses, e gostaria de o saber, afinal aí sabia que estava mais protegida, e estaria muito melhor com a vida....


André Silva, és e sempre será o primo, mano, amigo, que eu adoro, adorei e vou sempre adorar...


Até Sempre
 

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Éramos amigos

Pensei que certos sentimentos, não interferiam na amizade, afinal enganei-me, percebo isso a cada dia que passa, a cada dia que te vejo passar por mim, sem uma única palavra me dizeres, nem um simples olá, é mesmo dificil ver que entre nós, já não existe nada, nem aquela amizade.
Pensei que tudo iria passar com o tempo, que aquele afastamento era só para teres tempo de pensar, de refazer a tua vida, mas afinal o tempo passa, os segundos são contados pelos ponteiros do relógio, e aqui em mim não existe nem um bocadinho de esperança que tudo isto mude, sinto que ficará assim para sempre.
Lembro-me do tempo que nos conhecemos, tempos guardados na memória, são poucas as recordações desse tempo, mas são recentes as lembranças deste tempo que nos aproximou e agora ao mesmo tempo nos afastou ainda mais...parecemos simples desconhecidos. Olho para ti e não vejo o rapaz com quem estive...sinto que ali sou invisível aos teus olhos... Pensei mesmo que iria ter-te como amigo, pensei que estarias ali, do meu lado, um olá no mínino...não digo que queria que me desses a atenção que me deste um dia, mas queria que pelo menos soubesses dizer um simples olá, um boa tarde, um está tudo bem?...mas acho que já me habituei a não ter essas palavras...já me habituei a ser invisível, habituei-me a não ser nada para ti (como para muitos outos), habituei-me à tua indeferença, habituei-me a olhar em frente e fazer com que sejas invisível para mim já que o sou para ti.
Habituei-me a tua ausência eterna.
Vou seguir em frente, e esquecer que algum dia te conheci.
Não sei o que se passou afinal, só sei que, hoje somos mesmo simples desconhecidos.
 

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Pertencias-me

Foi a tua mão que encontrei estendida, quando realmente precisei de um amigo. Foi os teus olhos que fixei quando me senti demasiado só. Foram as tuas simples palavras que me orientaram, mostrando o caminho correto, que eu não conseguia encontrar, ou não queria encontrar.
Os teus sorrisos consolaram-me, tornaste alguém essencial, que preciso sempre. Não existe nada que se compare com aquela felicidade que sinto, por saber que estás perto, por saber que encontro o meu conforto em ti.
Tudo construído com pensamentos, carinhos, palavras, elogios, maneiras gentis e verdadeiras, momentos compartilhados – inesquecíveis. E não existe nada que se pode comparar. Tenho a certeza que compartilharemos esta compreensão para o resto da vida, que além da compreensão, partilharemos sorrisos e alegrias, sentimentos, confissões, tudo.
Surpreendi-me com tudo, com a tua simples maneira de ser, aquela maneira que consegue transformar a vida em felicidade.
 
Pensamentos apenas, algo que me sai do coração...Sentimentos sinceros...Sonhos, Palavras Voando